domingo, 1 de março de 2015

[Resenha] O Reino das Vozes Que Não se Calam - Carolina Munhóz & Sophia Abrahão

Autoras: Carolina Munhóz e Sophia Abrahão
Editora: Rocco
Páginas: 288
Classificação: 4.5/5 estrelas
Título Original: O Reino das Vozes Que Não se Calam

Em sua estreia na Rocco e marcando também a chegada do selo Fantástica, a escritora Carolina Munhóz, ganhadora do Prêmio Jovem Brasileiro por seu primeiro livro, A fada, apresenta O Reino das vozes que não se calam, escrito em parceria com a atriz e cantora Sophia Abrahão. Espécie de conto de fadas contemporâneo, em que um mundo mágico é palco para uma história de autoconhecimento e o poder dos sonhos, o romance conta a história de Sophie, uma garota cansada de sofrer com a indiferença das pessoas até descobrir um Reino onde seus talentos são reconhecidos. Cedo ou tarde, porém, ela terá que decidir entre a realidade e a fantasia, numa jornada repleta de descobertas e desafios.

Resenha:

"Se você encontrasse um lugar onde todos o aceitassem seria capaz de abandoná-lo?"

Eu sou bastante fã da Sophia Abrahão, então acompanhei a criação de O Reino das Vozes Que Não Se Calam desde o início. E ao terminar a leitura do livro, a sensação é de mais uma conquista realizada pela Sophia e pela Carol (desculpem o orgulho transbordando, mas quem é fã sabe como é a sensação de algo do ídolo dando certo haha).

Antes de tudo, quero dizer que não é o fator de ser fã da Sophia que me fez amar esse livro, mas sim, a história. Simplesmente perfeita! Quem conhece a história da Carol ou da Sophia, sabe que ambas sofreram bullying, mas no caso da Carol foi com mais intensidade. E ela conseguiu colocar muito bem no livro o sentimento de quem passa por isso Quem nunca ficou chateado com um apelido? Imagina você ser xingado por ele todo dia. Ou pior, seus colegas de escola deixarem claro que querem distância de você, como se você fosse um bicho ou algo do tipo. Perturbador, não? E é isso que Sophie passa.

Pelo fato de ser um livro infanto-juvenil, a Carol não pôde investir pesado no bullying, mas o presente no livro é suficiente para você se conectar com Sophie e torcemos por sua melhora. Os sintomas são esclarecedores, como querer ficar em casa, descontar as agressões na família, etc. Num determinado momento, a mãe de Sophie pergunta os apelidos que ela recebe dos colegas e ela começa a dizer. São termos tão pejorativos e cruéis que é impossível não sentir um nó na garganta.

E quando Sophie descobre o Reino, é perceptível sua melhora, o quanto ela está feliz em ser amada pelo menos ali. É impossível julgá-la ou pensar em agir de outra maneira: qualquer ser humano com emoções também optaria por viver no lugar de uma vez por todas. O romance entre Sophie e Léo também foi muito bem construído pelas duas, e o Léo é um personagem bastante carismático, além do bem que ele faz à Sophie, que é indescritível.

Outra coisa que eu adorei foram os quotes. Foram vários memoráveis, mas um que me fez repensar em algumas escolhas pessoas foi o seguinte: "Ninguém pode fazer outra pessoa feliz. Nós precisamos encontrar a nossa própria felicidade. Eu nunca achei que fosse digna de ser feliz. Esse sempre foi o grande problema." (pg. 251). A escrita da Carol é bem gostosa e ''casada'' com a diagramação da editora, flui muito bem. É possível ler o livro todo em apenas um dia - eu levei uma semana porque não queria terminar logo haha.

Por fim e não menos importante, o Reino. Ele e as criaturas que o habitam também são ótimas e pra mim que sou fã, foi muito fácil descobrir quem é quem da vida real ali e o significado de quando a Sophie intitula-os de Tirus. E ao que tudo indica, uma continuação vem vindo por aí, então vocês ainda têm tempo de embarcar no Reino antes dela chegar.

Eu tive a oportunidade de estar com a Carol três vezes, duas durante a Tour do livro pelo Brasil e outra na Bienal do Ceará. Ela é simplesmente maravilhosa. O carinho com que ela recebe todos é encantador, e é impossível não virar fã e querer ler logo os outros livros dela.

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