quarta-feira, 4 de março de 2015

[Resenha] Cidades de Papel - John Green

Autor: John Green
Editora: Intrínseca
Páginas: 368
Classificação: 4.5/5 estrelas (Favorito no Skoob)
Título Original: Paper Twons

Quentin Jacobsen nutre uma paixão platônica pela vizinha e colega de escola Margo Roth Spiegelman desde a infância. Naquela época eles brincavam juntos, mas hoje ela é uma garota linda e popular na escola e ele é só mais um dos nerds.

Certa noite, Margo invade a vida de Quentin pela janela de seu quarto convocando-o a fazer parte de um engenhoso plano de vingança. E ele, é claro, aceita. Assim que a noite de aventuras acaba e um novo dia se inicia, Q vai para a escola, esperançoso de que tudo mude depois daquela madrugada. No entanto, ela não aparece naquele dia, nem no outro, nem no seguinte.

Quando descobre que o paradeiro dela é agora um mistério, Quentin logo encontra pistas deixadas por ela e começa a segui-las. Impelido em direção a um caminho tortuoso, quanto mais Q se aproxima de Margo, mais se distancia da imagem da garota que ele pensava que conhecia.

Resenha:

"Talvez ela gostasse tanto de mistérios que ela acabou por se tornar um."

O único contato que tive com livros do John Green foi A Culpa é das Estrelas e ouvi muita gente dizendo que esse era o único dele que prestava, que o resto eram descartáveis, etc. Mas cada um tem seu próprio gosto, então eu não ia desistir do John assim tão fácil. Então decidi ler Cidades de Papel, pois achei a capa linda - olha aí o meu ''julgo um livro pela capa'' aparecendo de novo.

Pela blogosfera, esse livro é dividido em três grupos: 1) os que odiaram; 2) os que gostaram apenas do começo e do final; e 3) os que amaram tudo. Eu estou no grupo dois, mas não significa que a metade do livro é ruim - muito pelo contrário - pois é nela que a investigação para achar Margo começa. O problema é que tudo em excesso enjoa e foram páginas e páginas onde tudo que o Quentin fazia era procurar pistas - que podiam nem existir. Por isso, essa parte foi se tornando maçante e mesmo tendo gostado do tom de mistério, dei graças a Deus quando ela terminou.

Havia gostado muito da escrita do John em TFIOS e depois de ler Cidades de Papel, virei mais fã dela. É uma escrita leve, fácil e bem adolescente, e o fato do livro ser narrado por um personagem masculino (e ter um número maior deles), faz com que meninos se identifiquem bastante com história. É possível identificar vários modos de falar, agir ou pensar dos personagens iguais aos nossos. Inclusive, isso é outro ponto que o John faz muito bem: criar o perfil de seus personagens. Todos são bons e interessantes, sem exceção.

Muitos vão dizer que o melhor personagem é o Quentin, mas eu acho que é a Margo. Foi ela que mostrou o real sentido das coisas, como elas podem ser ou não descartáveis na nossa vida - e essas "coisas" também incluem pessoas. Suas palavras me fizeram ver várias coisas de um novo modo e achei isso extremamente positivo. Também adorei o modo como ela deixa as pistas para ser achada. Mas também gostei bastante do Q, vi várias qualidades e defeitos semelhantes entre nos dois e no lugar dele, eu faria tudo o que ele fez, é totalmente compreensível - principalmente a conversa final entre ele e Margo, que foi o melhor do livro.

Também gostei dos personagens secundários - Ben, Radar e Lacey -, principalmente do Ben. Ri em quase todas as falas dele, pois todo mundo tem um amigo tão sem noção quanto ele. Outra coisa que comprovei com essa leitura é que o John sempre me surpreende, terminando um livro totalmente diferente do que eu imagino, o que me deixa num misto de alegria e tristeza. E o que falar para a explicação do termo Cidades de Papel? Simplesmente sensacional! O único ponto negativo que destaco mesmo é a demora na questão das pistas. E se depois de toda essa resenha você ainda entendeu a mensagem: leia Cidades de Papel!

E para quem não sabe, em Junho desse ano chegará aos cinemas a adaptação do livro, estrelado por Nat Wolff e Cara Delevingne.

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