quarta-feira, 24 de julho de 2019

[Resenha] O Cemitério - Stephen King

Autor: Stephen King
Editora: Suma de Letras
Páginas: 424
Classificação: 4/5 estrelas
Título Original: Pet Sematary

Louis Creed, um jovem médico de Chicago, acredita que encontrou seu lugar naquela pequena cidade do Maine. A boa casa, o trabalho na universidade, a felicidade da esposa e dos filhos lhe trazem a certeza de que fez a melhor escolha.

Num dos primeiros passeios familiares para explorar a região, conhecem um "simitério" no bosque próximo a sua casa. Ali, gerações e gerações de crianças enterraram seus animais de estimação.

Para além dos pequenos túmulos, onde letras infantis registram seu primeiro contato com a morte, há, no entanto, um outro cemitério. Uma terra maligna que atrai pessoas com promessas sedutoras e onde forças estranhas são capazes de tornar real o que sempre pareceu impossível.

Resenha:

Às vezes estar morto é melhor.

Mesmo gostando de vários filmes e séries baseados nas obras de Stephen King, nunca havia lido alguma, de fato, além do conto do conto O Nevoeiro. Sempre tive interesse, claro, mas o valor de seus livros aqui é algo complicado. Porém, com a chegada da nova versão de O Cemitério nos cinemas, resolvi parar de postergar tais leituras e peguei o livro.

E como a primeira experiência, o livro consegue honrar as expectativas, entretanto não foi totalmente perfeito. Apesar de nos envolver em uma história densa e misteriosa, a narrativa de Stephen tem problemas, em especial no detalhamento. São amontoados de pensamentos de alguns personagens e que no fim, não levam a lugar nenhum, principalmente Jud. Se analisarmos friamente, apenas algumas poucas histórias suas realmente são necessários para a história, o que torna a leitura cansativa na primeira parte.

Ainda assim, o personagem é carismático e necessário para o livro, além de ter uma ambiguidade envolvente, que nos faz questionar a intenção de suas ações em diversos momentos. A família Creed também nos conquista e nos faz torcer por eles - o que é imprescindível para os acontecimentos seguintes. Gostei de Louis e Rachel; esta tendo até uma história de seu passado que nos deixa apreensivos.

Este, inclusive, é outro ponto positivo do autor. Por conhecer sua história, achei que vários momentos poderiam ser perigosos, mostrando a facilidade de Stephen em nos envolver e desconfiar de tudo, ainda mais se Church estiver em cena. Por isso, as Parte II e III da história apresentam um enorme crescimento e se saem bem melhores que a introdutória.

Quero muito ler outros livros do autor e espero que sejam experiências tão positivas quanto estas, mas que não apresentem essas pequenas falhas. Não foi uma história que me fez tremer de medo, com muitos ficam, mas foi bem densa e cruel em alguns momentos, honrando o horror. E sobre as duas adaptações, acho a de 1989 bem superior em fidelidade e envolvimento. O ponto alto da de 2019 foram Ellie e Church, além da fotografia; mas fora isso e diversas mudanças desnecessárias a tornaram esquecível.

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