quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

[Crítica] Fallen - O Filme

Direção: Scott Hicks
Roteiro: Lauren Kate, Nichole Millard, Kathryn Price e Michael Arlen Ross
Ano: 2016
Duração: 91 minutos
Título Original: Fallen
Classificação: 3.5/5 estrelas

Responsabilizada pela misteriosa morte de seu namorado, Luce (Addison Timlin) é mandada para o reformatório Sword & Cross, onde se aproxima de Daniel Grigori (Jeremy Irvine), sem saber que ele é um anjo apaixonado por ela há milênios. 

Ao mesmo tempo, a protagonista da trama não consegue se manter afastada de Cam Briel (Harrison Gilbertson), que também é um anjo e há tempos luta pelo amor de Luce. Isolada do mundo exterior e assombrada por estranhas visões, ela começa aos poucos a desvendar os segredos de seu passado e descobre a verdadeira identidade dos anjos caídos, bem como o amor que nutriram por ela ao longo de séculos. Luce deve, então, fazer sua escolha.

Nota: Para ler a resenha do livro, clique aqui.

Crítica:

Alguns anjos estão destinados a cair.

Depois de quase seis anos de espera (se contarmos desde a compra dos direitos da série pela Disney), Fallen finalmente estreou mundialmente. Como fã incondicional dos livros que sou, fui conferir a adaptação o mais rápido possível. Infelizmente, a não foi totalmente positiva.

Começando pela história, quem leu o livro, sabe o quanto até lá é meio complicado de entender a mitologia até as páginas finais; por isso, o filme já começa explicando sobre a maldição, o que foi um acerto para quem não teve contato com os livros, afinal a adaptação precisa conquistar não só os fãs da obra, como o público novo. O problema, no entanto, é a curta duração do longa, que o faz parecer extremamente corrido - o que ele é mesmo, em certos momentos -, confundindo o telespectador que ainda não está totalmente inserido na mitologia. E junto à isso, o filme ainda trabalha o triângulo amoroso, portanto o tempo é bem dividido para as duas tramas.


Esse foi outro ponto que incomodou os críticos, mas sabemos que a introdução do triângulo é necessário pois é o responsável pelos maiores conflitos entre os personagens no primeiro livro. A química entre os atores está bem trabalhada e o roteiro soube expor os dois casais de formas distintas e positivas: enquanto Cam e Luce representam algo mais sensual e perigoso; Daniel e Luce expõem o desespero por ansiarem estar juntos, mas com algo maior os impedindo. Particularmente, quando o elenco foi divulgado, não gostei do Harrison por não estar fiel fisicamente ao Cam descrito nos livros, mas ele consegue passar a personalidade do personagem e isso me deixou bastante feliz. Addison também entrega uma Luce fiel aos livros, porém mais confiante em determinadas cenas. o que foi igualmente positivo. Do trio, apenas Jeremy parece não estar totalmente confortável no personagem, mas não chega a ser uma péssima interpretação.

Pela já mencionada curta duração da adaptação, não temos muito tempo para conhecer os personagens secundários, apenas uma breve introdução de cada um, mas todos estão bem fiéis as ações que realizam no primeiro livro. A única a ganhar um destaque a mais é Penn, por estar sempre ao lado de Luce, e ter grande importância no final. Além de também estar fiel ao livro, sua amizade com Luce foi muito bem desenvolvida (destaco a cena do hospital, é impossível não se emocionar). Entretanto, uma mudança desnecessária e sem sentido envolvendo a origem da personagem foi feita. A explicação dada no filme não causa nem um terço da comoção que os livros passam, nem faz muito sentido, afinal quais pais deixariam sua filha mentalmente sã correr risco em meio à jovens instáveis?


A fotografia e ambientação estão muito boas, o que me surpreendeu, afinal sabíamos que o orçamento era limitado, então algo ruim nesse aspecto não seria uma surpresa. Mas os ambientes estão claros - mesmo em cenas escuras, ajudando o espectador a ver o que está acontecendo - e o tom frio condiz perfeitamente com o filme. Sabíamos que a Sword & Cross era sombria mas em nenhum momento o livro me passou a sensação de medo, de me sentir preso e sem chances de sair; e isso foi muito bom. Também achei as asas bem feitas, principalmente por serem algo mais abstrato e não as penas em si - além das de Daniel ter traços violeta, uma clara referência aos olhos do personagem no livro. Outro detalhe muito bem feito foi na cena da piscina, presente no trailer, onde o formato de asas são feitos enquanto Daniel nada.

Apesar disso, os momentos finais são uma mistura louca e os acontecimentos são jogados um atrás do outro, além de não fazer o menor sentido. Se Cam sabia quem era o verdadeiro vilão, porquê raios entrou numa briga com Daniel? E pior, porquê deixou Luce ficar com a personagem enquanto lutava? A cena final da garota e Penn também foi pífia e a cena do cemitério deveria ter entrado no corte final do filme - se é que chegou a entrar no roteiro -, pois não seria necessário mais que dois minutos para recriá-la. O final, óbvio, deixa o mesmo cliffhanger que o livro, citando o local para onde Luce vai em Tormenta.

No geral, apesar dos inúmeros erros, não achei a adaptação tão ruim quanto a maioria dos críticos está classificando. Não foi um Harry Potter como exemplo de fidelidade, mas também não foi um Percy Jackson da vida. Foi apenas bom, mas poderia ter sido bem melhor. Como fã da saga, espero que o retorno financeiro seja satisfatório - o que pode ser complicado, em vista da péssima divulgação por parte da distribuidora americana - para que a continuação realmente aconteça. Enquanto isso, só nos resta esperar e torcer. E vocês, já assistiram? O que acharam?

Trailer Legendado:


Dublado:

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