sábado, 22 de outubro de 2016

[Crítica] The O.C. - 3ª Temporada

Duração: 45 minutos
Nº de episódios: 25 episódios
Classificação: 4/5 estrelas
Exibição: 2005/2006
Emissora: Fox

Nota: Todas as quatro temporadas de The O.C. estão disponíveis na Netflix desde 15 de Outubro de 2016.

A temporada começa com Marissa sendo expulsa da escola Harbor após ter atirado em Trey para proteger Ryan. A família Cooper, fica sem dinheiro e é forçada a se mudar para um parque de trailers.

Marissa decide estudar em uma escola pública onde ninguém conheça sua história e, com isso, sua vida começa a ficar fora de controle. Os outros personagens olham para a faculdade, com Seth e Summer ambos competindo por uma vaga na Universidade Brown. 

A moral Sandy torna-se ameaçada quando ele assume a antiga posição de Caleb como chefe do Grupo Newport, perseguindo um projeto para estabelecer a habitação de baixa renda, em Newport. Já Ryan tenta resolver seus relacionamentos individuais com sua mãe e sua amiga de infância Theresa Diaz.


Review:
(Spoilers abaixo!)

O fim de uma era. Ou deveria dizer o fim de The O.C.?

Chegamos a 3ª e tão criticada temporada de The O.C. Vale lembrar mais uma vez que a review possui o maior spoiler de toda a série, então, se você ainda não terminou e não quer saber, só volte para ler o resto após finalizar a temporada. O motivo desse terceiro ano ser tão odiado - por quem  gostava da personagem, claro - é a morte de Marissa Cooper. Sim, a protagonista da série. O que se especula é que Mischa Barton foi cortada após inúmeras brigas com a produção, mas quando questionada sobre, a atriz não deu muitos detalhes, apenas reafirmando que não foi uma decisão dela  (a partir de 1:41 minutos do vídeo).

Além disso, a audiência da série começou a apresentar uma queda a partir desse ano - nada comparado à da 4ª Temporada, mas isso é assunto para a próxima crítica - e a Fox exigiu que os episódios fossem mais dramáticos, para assimilar-se à séries como Desperate Housewires, que vinham sendo um sucesso apostando nisso. Mas ironicamente, apesar da morte da personagem, a minha favorita de toda a série, essa temporada é minha favorita ao lado da primeira. Vamos ver o que os momentos finais de Marissa Cooper nos reservam?

Dois meses se passam desde o fim da 2ª Temporada e descobrimos que Trey está em coma. Com isso, os promotores estão pressionando Ryan, Marissa, Seth e Summer para mais informações sobre o acidente, mas eles continuam defendendo uns aos outros. Tentando seguir com sua vida, Marissa tenta organizar o festival anual do colégio, porém o diretor Hess também se vira contra a garota, disposto à expulsá-la da escola. O cara é um insuportável e acaba conseguindo seu objetivo, resultando na ida de Marissa para uma escola pública, onde ela começa a andar com Johnny e seus amigos, causando a preocupação de Summer e Ryan, que, ao lado de Seth, continuam determinados a trazê-la de volta para o colégio. Quando eles enfim conseguem algo contra o diretor, Johnny entra em depressão e Marissa resolve ajudá-lo, causando o fim de seu namoro com Ryan após um desastre.


Como eu disse na crítica da 1ª Temporada, a confiança que Ryrissa possuíam um pelo outro nunca mais foi a mesma após as armações de Oliver. E o pior é que diferente do primeiro, Johhny era uma boa pessoa, e o verdadeiro o garoto problema da escola era Kevin Volchok, com quem Marissa,claro, envolve-se posteriormente, piorando seu histórico com drogas. Volchok foi, de longe, o pior garoto com quem Marissa se envolveu, jogando-a em um caminho de autodestruição cada vez pior e deixando-a até mesmo chata em diversos episódios - particularmente, mesmo com os problemas que Marissa causava para si e para os outros nas temporadas anteriores, nunca cheguei de fato a odiá-la e sempre a defendi. Marissa sempre foi a garota-problema da série e todos os plots mais pesados eram jogados para ela, então é óbvio que essa é uma temporada marcante para a personagem nesse quesito. Demora bastante para ela perceber a toxicidade do namorado e quando enfim rompe com ele, decide ir morar com o pai longe de Newport.

Até hoje é um mistério como os bastidores da série funcionavam diante esses rumores de confusões da Mischa, mas acredito que ninguém esperava de fato que ela fosse sair da série, por isso não tivemos nem a chance de ver Marissa e Ryan namorando novamente. Pelo menos, as cenas finais dos dois são lindas e repletas de delicadeza, com os dois conversando sem maiores problemas e brincando um com o outro e remetendo ao início do namoro, antes da chegada de Oliver. A cena onde Ryan diz que quer que ser a última pessoa que ela veja ao sair de Newport já que ela foi a primeira que ele viu é, de longe, uma das mais marcantes, assim como todas as cenas finais de Mischa e a do acidente. Afinal, a morte de um protagonista nunca havia acontecido em séries teens até então; não com personagens com o grau de importância de Marissa. Sinto tristeza até hoje já que Marissa sempre será minha favorita, mas é inegável como a cena é carregada de sentimentos, mesmo com poucos diálogos. A dor e desespero de Ryan são visíveis apenas por seu olhar, por não poder fazer nada.

Julie, assim como na segunda temporada, continua sendo um alívio cômico em boa parte dos episódios, envolvendo-se em várias enrascadas, desde a criar uma rede de prostituição com Charlotte, uma ex-amiga de Kirsten, até tentar novamente dar o golpe do baú, desta vez em Niel Roberts, pai de Summer. Mas sua melhor cena é, sem dúvidas, quando ela faz as pazes com Marissa e Kaitlin e diz que tudo o que fez, seja bom ou mau, foi pensando nas filhas. É uma cena sensível, verdadeira e que selou a paz que os Cooper nunca tiveram. Outro grande destaque é a própria Kaitlin, irmã mais nova de Marissa, que retorna para a cidade após anos em um internato. Ela não tem nem um pouco do drama que Marissa carrega e sua vontade é apenas festejar como se não houvesse amanhã, mas é claro que suas intenções não a livram de problemas e temos a chance de ver um pouco mais da interação das irmãs antes da saída, sendo o episódio em que Marissa vai visitá-la também um dos melhores dessa temporada.


Já Ryan acabou em mais um namoro chato e sem graça, dessa vez com Sadie, uma prima de Seth. É bem óbvio que ele só tem química com Marissa e todos seus outros romances são furadas, então foi perfeito o retorno de sua mãe, Dawn. Era um assunto quase esquecido e que traz o personagem de volta para tramas interessantes e necessárias. E falando em tramas quase esquecidas, novamente temos o plot sobre ele ser ou não o pai do filho de Theresa. A série não se preocupa em uma resposta concreta, mas os indícios nos dão uma. E é nessa temporada que Ryan completa dezoito anos, aliás, e vemos um garoto bem mais maduro que antes. Temos também Summer e Seth mais estáveis em seu namoro até entrarem em uma disputa para ver qual irá entrar para Brown, com direito até ao retorno de Anna (que saudades!!!) e rendendo ótimos momentos e que remetem ao engraçadíssimo triângulo que eles formaram na primeira temporada. Por fim, temos Taylor, que após nos causar ódio no início da temporada, acaba mostrando um novo lado.

E assim chegamos ao fim do ano que foi o divisor de águas para The O.C. Assim como no anterior, Marissa e Julie recebem o título de personagens mais bem desenvolvidas, com a adição de Kaitlin, que mesmo com poucos episódios, já mostra seu potencial. Apesar de gostar muito da temporada, percebo que algumas histórias parecem insossas e deslocadas - algo que o próprio Josh Schwartz assumiu anos depois. Marissa, para o bem ou para o mal, sempre foi destrutiva e a série nos mostra isso mais uma vez. O problema foi o excesso até mesmo para os padrões da personagem, causando uma das temporadas mais complicadas, novamente palavras do criador. Preparados para a próxima parada? Será nossa última!

Nenhum comentário:

Postar um comentário