sexta-feira, 21 de outubro de 2016

[Crítica] The O.C. - 2ª Temporada

Duração: 45 minutos
Nº de episódios: 24 episódios
Classificação: 4/5 estrelas
Exibição: 2004/2005
Emissora: Fox

Nota: Todas as quatro temporadas de The O.C. estão disponíveis na Netflix desde 15 de Outubro de 2016.

A segunda temporada de The O.C. continua a seguir as relações tumultuosas românticas entre Ryan e Marissa, Seth e Summer, assim como Sandy e Kirsten. O Bait Shop torna-se um destino de destaque social para os personagens adolescentes.

Vários personagens recorrentes são introduzidos, tais como DJ, Lindsay, Zach, e Alex, aos quais os personagens principais se relacionam. O irmão de Ryan, Trey Atwood, sai da cadeia e ameaça trazer velha vida de Ryan de volta. Sandy e Kirsten também enfrentar novos conflitos após o afastamento dos filhos durante o verão.

Review:
(Spoilers abaixo!)

Califórnia nunca esteve tão quente!

Chegamos a tão esperada 2ª temporada de The O.C.! Nem preciso dizer que os adolescentes na época ficaram loucos esperando essa temporada como se dependessem dela para viver, não é?! Foram tantas pontas deixadas abertas pela primeira, que é quase impossível dizer qual queríamos que fosse logo resolvida. E o segundo ano chegou para mostrar que todos os acontecimentos do primeiro não eram nem o começo do que Orange Country ainda iria nos proporcionar: retornos, partidas, namoros lésbicos, namoros chatos... Como diz a tagline na capa dos DVDs, Califórnia nunca esteve tão quente!

Apesar de ser uma ótima temporada, essa certamente não conseguiu superar a anterior - e foi, provavelmente, a mais odiada pelos fãs de Sethummer. Seth, inclusive, conseguiu fazer o que eu achava impossível: detestá-lo. Tudo bem que Ryan era seu melhor amigo e até entendo sua partida, mesmo que fazendo isso ele tenha abandonado os pais e Summer, mas culpar Kirsten e Sandy pela decisão de Ryan foi a gota d'água. Essa escolha foi totalmente de Ryan, todos vimos o quão Kiki ficou devastada e a atitude não foi do feitio do Seth que vimos antes. Felizmente, esse plot da gravidez de Theresa foi resolvido rapidamente, trazendo Ryan de volta para Newport e fazendo Seth voltar a ser o mesmo de antes e retornar também. Mas ao chegar em casa, descobriu que Summer havia seguido a vida e estava namorando Zach, uma versão atlética dele, já que apesar de jogar, também gostava de quadrinhos e era infantil.

Summer e Seth passaram poucos episódios juntos nessa temporada e ainda tivemos esse novo triângulo que, apesar de render vários momentos engraçados, também irritou inúmeras vezes, diferente do com Anna. Juntos, os três criaram a HQ Atomic Country e devido ao sucesso, tiveram que passar cada vez mais tempos juntos, o que fez Summer ficar ainda mais dividida entre os dois. Foi só no 2x14, um dos melhores e mais lembrados episódios da série, que, enfim, ela decidiu que era com Seth que queria ficar, resultando em uma fofa cena inspirada em Homem-Aranha. E apesar de adorar o casal, essa leva de episódios apenas fez o mesmo que a anterior: colocá-los em um triângulo, com Summer sendo o centro dessa vez, e não uma das pontas. Ao menos a HQ Atomic Country foi uma sacada engraçada.

Outro casal que sofreu o pão que o diabo amassou foi Sandy e Kirsten, que viram o casamento perfeito começar a se desestabilizar quando uma paixão mal resolvida do passado de Sandy reapareceu. Unindo isso e os problemas com o pai, Kirsten acabou voltando a beber, o que ao menos rendeu um ótimo destaque para a personagem. Kiki (amo quando a Julie chama a Kirsten assim) sempre foi a figura materna de The O.C., a que sempre mantinha os ânimos calmos; então foi triste e chocante vê-la naquele estado. Nós é que ficamos querendo abraçar e confortá-la o mais rápido possível. A cena onde ela se nega a ir para a rehab, mas aceita após Seth implorar para que a mãe melhorasse foi uma das piores da série, no bom sentido. Conseguiu emocionar mesmo!

(Aqui, Julie ainda não sabia do namoro, hahaha!)

Já Marissa ser obrigada a ir morar com Julie e o padrasto só piorou seu relacionamento com a mãe. Apesar de realizar inúmeras loucuras na terceira temporada, Marissa também foi à extremos nessa, principalmente no quesito de bebidas, já que seu histórico com álcool se agravou. Suas melhores discussões com Julie ocorreram durante esses episódios, como as da piscina e festa. Em relacionamentos amorosos, ela se envolveu com DJ e quase voltou com Ryan, porém chocou mesmo o público com seu namoro lésbico com Alex. E apesar de shippá-la eternamente com Ryan, esse envolvimento até rendeu bons momentos para a personagem. Algo que é perceptível desde o início da série é que Marissa é solitária e quer atenção e sentir amada, o que recebeu de Alex naquele momento. Foi quase o mesmo com Oliver, porém aqui o interesse foi mútuo e sem a toxicidade do anterior.

Mas por conta de uma ordem dos executivos da Fox, Josh Schwartz precisou terminar o namoro das duas ás pressas, o que transformou Alex em uma ciumenta em relação a amizade de Marissa e Ryan após a reaproximação dos dois, descaracterizando a personagem que tinha começado muito bem. Alex também despertou o interesse de Seth, rendendo algumas cenas bem engraçadas, como sua tentativa de ser um bad boy e o flagra de um momento íntimo entre Marissa e ela. O namoro das duas, inclusive, rendeu um dos melhores momentos envolvendo Julie. Diferente do que todos esperavam, ela não surtou com a relação e apenas disse que "isso é normal na adolescência". Nunca vou esquecer da Kirsten perguntando se ela já teve um relacionamento lésbico e ela mudando de assunto rapidamente. Hilário!

E falando em Julie, com certeza, parte do destaque dessa temporada foi dela. Se na primeira temporada a mulher era intragável, ela consegue nos conquistar aqui. Aos poucos sua figura de ambiciosa é desfeita, mas é quando ela desiste de envenenar Caleb - que iria pedir a separação após descobrir que ela havia feito um filme pornô na adolescência - que vemos sua verdadeira índole. Ao menos uma mãe decente Marissa tem a chance de ter, porque Jimmy continua um mau-caráter e tentando à todo custo enriquecer ás custas dos outros. Graças à Deus essa é a última temporada que precisamos aturá-lo, pois desde a primeira sua presença perdeu a importância.


Por fim e menos interessante, Ryan também ganhou um novo interesse amoroso, mas sem nem um terço do carisma de Alex. Lindsay era tão chata que fez até Ryan ser também, além do plot dos dois ser totalmente sem sentido. Ela era supostamente filha de Caleb, então os dois começaram com uma história de que o que tinham era um romance proibido. Agora, porquê se Ryan nem ao menos tinha o sangue dos Cohen? Vergonhoso. Após uma dose de bom senso dos roteiristas, temos o retorno dele e Marissa, mas agora com um novo vilãozinho: Trey, o irmão de Ryan que quase o fez ir preso no Piloto, que após ser solto, procura os Cohen, que o abrigam.

Apesar de bancar o bonzinho, estava na cara que Trey não estava arrependido de nada e tivemos a prova disso quando ele começa a traficar drogas e tentar estuprar Marissa, explodindo uma nova briga entre os irmãos após Ryan descobrir a tentativa da namorada de esconder o ocorrido. O final disso nos reserva um cliffhanger cretino de bom, que só não ganha do deixado na terceira temporada: Marissa chega no meio da confusão e desesperada para separá-los, acaba atirando no cunhado, nos deixando com a cruel se Trey sobreviverá ou não.

Como eu disse no começo da review, apesar de ótima, essa temporada não conseguiu superar a primeira, pois reutilizou muitas coisas já feitas na mesma mudando apenas o ponto de vista. Se Ryan ganhou o título de personagem mais bem desenvolvido na primeira temporada; Marissa, Kirsten e Julie recebem esse título aqui. Mas mesmo com esses pontuais erros, ainda é um ano que vale a pena e é importante para o legado da série e dos personagens. Agora preparem-se porque o próximo será matador. Literalmente.

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