Nº de episódios: 27 episódios
Classificação: 4.5/5 estrelas
Exibição: 2003/2004
Emissora: Fox
Nota: Todas as quatro temporadas de The O.C. estão disponíveis na Netflix desde 15 de Outubro de 2016.
Orange County (de onde vem a sigla O.C.) é um paraíso localizado na Califórnia onde tudo aparenta ser extremamente "perfeito". Porém, por trás dos muros das mansões, mundos são destruídos, pessoas desmascaradas e segredos vêm à tona.
A vida de Ryan poderia ser totalmente diferente se o advogado Sandy Cohen não tivesse optado por adotá-lo, para que ele voltasse às ruas após sair da prisão. Em Orange County, sua vida se mistura a do "irmão" Seth e de Marissa, Summer e outros habitantes do rico condado da Califórnia.
Review:
(Spoilers abaixo!)
''California, Here We Come...''
Quem começou a ver séries na década de 2000 (ou até depois), provavelmente já deve ter ouvido falar de The O.C. Essa é uma das minhas séries favoritas e minha história com ela começou lá em 2006, quando o SBT exibia diversas séries nas manhãs de domingo, ela inclusa, e estava em algum episódio da terceira temporada. Eu assistia episódios avulsos, pois era pequeno e ás vezes nem sempre lembrava que iria passar. Foi só em 2010 que consegui acompanhar todas as temporadas cronologicamente, quando adquiri os DVDs, pois estava naquela famosa fase onde você ama o trabalho de um ator e quer assistir tudo o que ele já fez - nesse caso, era Mischa Barton. Original, postei as críticas das quatro temporadas em um blog que faço parte, o Meu Mundo Alternativo; mas com a chegada da série na Netflix, resolvi reescrevê-las e postar aqui também. Prontos para conhecerem ou revisitarem Newport?
A série conta a história de Ryan Atwood, um adolescente de dezessete anos que após quase ser preso por ser coagido a ajudar o irmão mais velho em um roubo, é levado por seu advogado, Sandy Cohen - sensibilizado com sua situação, expulso de casa pela mãe e sem ter para onde ir -, para morar com ele, em Orange Country, Califórnia. Lá, Ryan conhece e cria um laço de amizade com Seth, filho de Sandy; Summer Roberts, por quem Seth é apaixonado desde a infância; e por fim e mais importante Marissa Cooper, sua vizinha e interesse amoroso. Mas claro que nada será fácil em sua nova vida, e na cidade, o garoto será alvo de preconceitos, principalmente por Luke e Julie, o namorado e a mãe de Marissa; os demais ricos do local e, no começo, pela esposa de Sandy, Kirsten, assustada com o marido trazendo teoricamente um ex-presidiário para dentro de casa. Felizmente, ela logo percebe que Ryan não é um mau garoto e seu instinto materno fala mais alto.
Mas além dos problemas de autoaceitação, os dois ainda precisam enfrentar as pessoas tóxicas à sua volta. O primeiro foi Luke, namorado de Marissa e o típico machista que a traía com todas que lhe dessem bola, e que não aceitava perdê-la para seu mais novo inimigo por puro ego. Mas Luke não chega nem perto do estrago que foi Oliver. Ele, sim, foi um vilão que nós fez desejar sua morte o mais rápido possível, pois enquanto Luke era apenas um garoto rico e mimado, Oliver era mentalmente instável e fez inúmeras loucuras. Literalmente. Certa vez, vi em um site uma análise que dizia que a relação de Marissa e Ryan se perdeu após Oliver e concordo, em partes.
Mesmo que muito da confiança que tinham um pelo outro fora quebrada por causa de Oliver, como o texto apontava, o sentimento sempre esteve ali nas temporadas seguintes e eles sempre tentavam se acertar, pois a vontade de fazer dar certo ainda existia. E apesar dos problemas, essa temporada foi uma das melhores para o casal. Temos cenas incríveis, como a do primeiro beijo na roda gigante; o tão esperado "eu te amo" de Ryan para ela - algo que ele queria dizer bem antes, mas simplesmente não conseguia pelo receio de expor seus sentimentos; e, claro, a minha favorita, a primeira, quando os dois se conhecem e ele responde um "quem você quiser que eu seja" quando ela pergunta quem é ele.
Muitos, principalmente os haters da personagem, dizem que Marissa foi ingênua em relação à Oliver. E realmente foi, mas Marissa sempre quis ser amada e apoiada, por nunca ter esse tratamento em casa. Sua vida era quase de uma princesa e, do nada, seus pais se separam; ela descobre que o pai não passa de um golpista e a mãe de uma mulher manipuladora e ambiciosa; seu relacionamento com Ryan estava de mal à pior... Enfim, tudo desabou. Então, Oliver foi aquele ''amigo'' que a ajudou quando ela mais precisava e a entendia, e ela apenas quis retribuir. Por isso é fácil entender o porquê ela não percebeu que a intenção de Oliver de sempre estar perto dela era, na verdade, uma obsessão.
Em contraste à todo o drama de Ryrissa, precisávamos de um escape e recebemos isso com Sethummer. Mesmo possuindo um pouco de drama também, o desenvolvimento dos dois foi bem mais cômico. Seth foi e é até hoje um dos melhores personagens de seriados de todos os tempos, e é incrível como você gosta, se identifica e torce por ele desde o Piloto. Torcida essa que só aumenta quando descobrimos seus sentimentos por Summer, a típica patricinha que o esnoba e que só percebeu que sentia algo a mais por ele quando o viu se aproximar de outra garota. Porém, diferente de Oliver, Anna resultou em um triângulo amoroso benéfico pois, por mais que sejamos Team Summer e saibamos como tudo vai terminar, não podemos negar que foi Anna quem ajudou Seth a superar suas inseguranças e medos. Foi ela quem esteve ao lado de Seth em vários momentos que Ryan não podia, por estar com seus problemas e de Marissa, por isso a amizade que os dois criam é muito bonita.
Essa reviravolta em sua família o motivou a ser uma pessoa melhor e foi interessante acompanhar sua evolução e início de uma amizade sem toxicidade com Ryan, Seth e Marissa - tentando até alertar a última sobre Oliver
E além de todos esses momentos e personagens icônicos, foi já nesse ano inicial que conhecemos o Natanukká, criação de Seth para unir o Hanukkah e o Natal e comemorar ambas as datas com os pais, pois Sandy é judeu e Kiki, cristã. Quem nunca quis entrar na TV e participar da festa com todos? Fiquei até surpreso quando o Josh Schwartz (criador da série) revelou em uma entrevista alguns anos após o fim do show que os executivos da FOX queriam que Seth tivesse sido cortado do Piloto por acharem que o público não gostaria do personagem, decisão essa que Josh felizmente não aceitou. Mais uma prova de que o mundo dá voltas, não é mesmo?!
Acredito que o grande diferencial de The O.C. foi ser uma série simples, assim como One Tree Hill. É fácil ser conquistado por um filme, série ou novela onde você encontra personagens com características e ações semelhantes às suas, que passa pelos mesmos problemas que você, seja familiares ou sociais. Sempre tinha um momento que você passou ou estava passando. Por isso, a série conquistou tantas pessoas quando era exibida - sendo a Gossip Girl da época, digamos assim. E essa primeira temporada reúne muito bem esses elementos. É a maior em número de episódios e, ainda assim, a bem mais estruturada. Prontos para a 2ª temporada? As coisas estarão bem mais quentes!
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