[Resenha] Dezesseis - Rachel Vincent

Autora: Rachel Vincent
Editora: Universo dos Livros
Páginas: 240
Classificação: 4.5/5 estrelas
Título Original: Brave New Girl

Dahlia 16 vê seu rosto em toda multidão. Ela não tem nada de especial – é apenas uma entre as outras cinco mil garotas que foram criadas visando o bem da cidade. Ao conhecer Trigger 17, porém, tudo muda. Ele a considera interessante. Linda. Única. Isso significa que ele deve ser defeituoso.

Quando Dahlia não consegue parar de pensar nele – nem resistir a procurá-lo, ainda que isso signifique quebrar as regras – ela percebe que deve ser defeituosa também. Mas, se ela for defeituosa, todas as idênticas também são. E qualquer genoma com defeito descoberto deve ser recolhido. Destruído. Ser pega com Trigger não apenas selaria o destino de Dahlia, mas o das cinco mil garotas com o mesmo rosto. No entanto… e se Trigger estiver certo? E se Dahlia for mesmo diferente? Subitamente, a garota que sempre seguiu todas as regras começa a quebrá-las, uma a uma…

Resenha:

Em um mundo em que todos são iguais, ela ousou sair do padrão.

Desde que a Universo dos Livros anunciou o lançamento de Dezesseis, fiquei curioso por sua proposta. Em uma época onde inúmeras ideias para distopias foram apresentadas, é curioso que nenhum autor tenha concebido uma parecida com essa.

Gostei bastante do mundo criado. Achei o início um pouco confuso - principalmente em relação a Dahlia e suas "irmãs" -, mas depois é fácil imergir na história. Rachel consegue nos envolver para descobrir mais sobre Lakeview, uma cidade aparentemente utópica, mas com inúmeros segredos que sequer cogitamos. Quando a história se aproxima do fim, há um plot twist insano e sequer cogitei que as coisas iriam por esse caminho. Sem dúvidas, me deixou curioso para saber a continuação, e espero que a Universo a lance o mais rápido possível.

Dahlia é uma protagonista bem normal. Inicialmente, não chega a nos conquistar totalmente, mas também não é ruim e quando acorda com o passar dos livros, rende boas cenas. Trigger também é interessante e nos deixa curiosos para saber o quanto ele sabe do que realmente acontece em torno da cidade, pois ele deixa claro em vários momentos que sabe bem mais que Dahlia, além de ter umas sacadas inteligentes. O romance, por ser proibido, me lembrou um pouco Lena e Alex de Delírio, mas os motivos são bem diferentes. A interação dos dois é bem interessante e é fácil torcer por eles.

Os personagens secundários, entretanto, pouco acrescentam a história, principalmente as semelhantes de Dahlia. Ela passa o livro todo descrevendo como elas são importantes mas não sentimos essa conexão com elas. Há apenas dois interessantes, que chegam posteriormente e deverão render na sequência. E a escrita de Rachel é rápida e fluída, nos fazendo passar as páginas rapidamente. Houveram apenas dois problemas com a tradução, onde Dahlia afirma no início ter olhos castanhos, mas depois da metade é afirmado algumas vezes que eles são azuis; além de uma personagem ser nomeada como Sofia e depois Sophia.

Apesar disso, foi uma leitura interessante e, como já disse, estou curioso pela continuação. Segundo o Goodreads, é uma duologia, então espero que o próximo resolva tudo de uma forma satisfatória.