quinta-feira, 9 de julho de 2015

[Crítica] Cidades de Papel

Direção: Jake Schreier
Roteiro: John Green, Michael H. Weber e Scott Neustadter
Ano: 2015
Duração: 105 minutos
Título Original: Paper Towns
Classificação: 4/5 estrelas

‘Cidades de Papel‘ é uma história sobre amadurecimento, centrada em Quentin e em sua enigmática vizinha, Margo, que gostava tanto de mistérios, que acabou se tornando um. Depois de levá-lo a uma noite de aventuras pela cidade, Margo desaparece, deixando para trás pistas para Quentin decifrar. A busca coloca Quentin e seus amigos em uma jornada eletrizante. Para encontrá-la, Quentin deve entender o verdadeiro significado de amizade – e de amor.

Crítica:

Às vezes é preciso perder para encontrar.

Lembro que logo quando divulgaram os protagonistas da adaptação de Cidades de Papel, fiquei receoso pois não imaginava Quentin e Margo como Nat Wolff e Cara Delevigne, além do fato de ser o meu livro preferido do John Green. Porém, com o lançamentos de trailers e vídeos, fui vendo que os dois podiam fazer um ótimo trabalho. E depois de vários meses de espera, enfim o filme estreou no Brasil e eu fui conferi-lo hoje na estreia pois estava mais que ansioso.

E começando pelos dois, Nat e Cara fizeram um trabalho maravilhoso. Agora é impossível não pensar nos personagens sem lembrar dos atores, principalmente Margo. Cara incorporou a personagem e sua química com Nat foi nítida. Os outros atores também honraram seus papéis, principalmente Justice Smith e Austin Abrams, Radar e Ben, respectivamente. Ao lado de Nat, os dois são os os protagonistas das cenas de comédia.

O único problema que tive com o filme foi a mudança no comportamento de Margo. Além de não conseguirem explorar a personalidade complexa da personagem, a deixaram mais leve e menos "egoísta". Quem não teve a oportunidade de ler o livro - como alguns amigos meus que estavam na sala comigo - acharam que Margo nutria algum sentimento romântico por Quentin, o que sabemos que não ocorre no livro. Acredito que isso tenha sido feito para humanizar a personagem e esqueceram que Margo é "antagonista" do livro e é assim que ela nos passa várias lições de vida.

Também não gostei de terem modificado a missão que envolvia vingar-se de Lacey. As mudanças nas outras foi até perdoável, mas essa era a melhor de todas e não aceito a mudança. Seria muito legal ver Margo colocando um peixe embaixo do banco do carro para que o mesmo explodisse e deixasse o carro podre. O final também sofreu fortes mudanças: enquanto nos livros, Quentin e os amigos não se importavam com a formatura, no filme isso era tratado como um assunto importante desde o início, pois encerria uma etapa de suas vidas.

E com isso, tivemos algumas cenas inexistentes tanto na viagem até Nova York e nas seguintes, principalmente no reencontro de Margo e Quentin. Enquanto no livro os dois jogam verdades um na cara do outro - e enfim entendem um ao outro -, na adaptação esse reencontro foi mais "fofo".

Apesar de todas as mudanças, gostei muito do filme. Ele conseguiu nos passar várias ensinamentos e lições novas, ao mesmo tempo que inseriu algumas do livro. Diferente de outras adaptações que "destroem" a obra original, Cidades de Papel conseguiu se adequar e observar essas mudanças de forma positiva, e mostrar a mensagem do livro: devemos lutar pelo que queremos, fugindo de "pessoas e cidades de papel". Recomendado!

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