Editora: Galera Record
Páginas: 320
Classificação: 4/5 estrelas
Título Original: Wilder Girls
Há dezoito meses, a Escola Raxter para Meninas entrou em quarentena. Há dezoito meses, uma misteriosa doença virou a vida de Hetty do avesso.
Começou devagar. Primeiro, as professoras foram morrendo, uma a uma. Então, começou a infectar as alunas, transformando o corpo delas em algo cada vez mais estranho. Isoladas do resto do mundo e deixadas à própria sorte, as meninas não se atrevem a ultrapassar o limite da escola. Hetty, Byatt e Reese esperam a cura prometida enquanto a doença se alastra.
Mas tudo muda quando Byatt desaparece. Hetty não medirá esforços para encontrá-la, mesmo que isso signifique quebrar a quarentena e desbravar os horrores que as esperam além da cerca que separa a escola da floresta. E quando Hetty se lança rumo ao desconhecido, descobre que há muito mais mistérios por trás dessa história que ela jamais poderia imaginar.
Resenha:
"É assim com todas nós aqui. Doentes, estranhas, e não sabemos por quê. Coisas irrompendo de nós, pedaços e partes faltando."
Eu adoro histórias que envolvem epidemias, por isso Meninas Selvagens me ganhou desde a sinopse. Mas assim que o livro saiu no Brasil, uma série de resenhas negativas se espalhou afirmando que ele não era o tal "terror feminista" prometido na capa.
Por isso, antes de tudo: esqueça essa frase. Foi ela que causou o maior problema na experiência de muita gente, porque a editora vendeu o livro como um terror feminista, o que ele não é. Nem todo livro protagonizado por mulheres e que causa incômodos nos leitores - metas da autora, Rory Power - é um "terror feminista".
Agora, em relação propriamente ao livro, não tenho do que reclamar da Tox; ela é a melhor parte da trama. Rory criou um plot muito bom em relação a doença, e as mutações que as meninas sofrem por causa dela são grotescas e incômodas, rendendo ótimas cenas, como uma com Hetty e Reese na floresta. Há respostas de um talvez porquê a epidemia começou, porém, como muitas tramas desse tipo, as coisas não são explicadas de forma mastigada e ficam subentendidas - o que pode desapontar quem não gosta ou tem costume de ler histórias assim.
Meu único problema real foi com os personagens. Gostei bastante de Hetty e de sua construção, mas não tive a mesma ligação com Byatt e Reese. Achei a primeira bem superficial, por mais que a autora tenha tentado desenvolvê-la - os capítulos sob o ponto de vista da personagem são outros dos "incômodos" que Rory cria propositalmente -; e a segunda me irritou em diversos momentos com suas atitudes. O romance entre Hetty e uma das meninas também não me convenceu.
Recomendo Meninas Selvagens, mas novamente reforço para esquecerem a frase da capa e terem em mente que alguns pontos ficarão em aberto porque era a intenção da autora. A experiência será bem mais positiva dessa forma.
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