Autora: Tabitha Suzuma
Editora: Valentina
Páginas: 304
Classificação: 5/5 estrelas
Título Original: Forbidden
Ela é doce, sensível e extremamente sofrida: tem dezesseis anos, mas a maturidade de uma mulher marcada pelas provações e privações da pobreza, o pulso forte e a têmpera de quem cria os irmãos menores como filhos há anos, e só uma pessoa conhece a mágoa e a abnegação que se escondem por trás de seus tristes olhos azuis.
Ele é brilhante, generoso e altamente responsável: tem dezessete anos, mas a fibra e o senso de dever de um pai de família, lutando contra tudo e contra todos para mantê-la unida, e só uma pessoa conhece a grandeza e a força de caráter que se escondem por trás daqueles intensos olhos verdes.
Eles são irmão e irmã.
Resenha:
Como uma coisa tão errada pode parecer tão certa?
Mesmo antes de começar a ler Proibido, já sabia que seria uma leitura pesada por conta da premissa e dos comentários que li. Mas ainda assim não chegou nem perto de toda a montanha russa de sentimentos que vivi durante a história.
É impossível não torcer por Maya e Lochan - principalmente por ele - desde o primeiro capítulo de ambos, a conexão é instantânea. Crescemos numa sociedade onde incesto é considerado pecado, mas Tabitha consegue nos fazer questionar se tal relação é mesmo um crime, principalmente por Maya e Lochie não se enxergarem como irmãos - e até nós não conseguimos vê-los de tal forma. Em determinado momento, Maya compara a diferença entre seus sentimentos por Lochie e Kit (outro irmão) e é incrível como é exatamente o que pensamos sobre ter esse tipo de relação com um irmão.
Tabitha desenvolve os personagens de uma forma tão humana e delicada, que ainda nos importamos com os irmãos dos dois e sentimos asco da mãe, que os trata como nada. Essa foi a personagem que mais odiei na vida entre todos os livros que já li na vida, sem dúvidas. E o mais triste é saber que existem muitas mães iguais à ela na vida real. Por isso, depois de todo o sofrimento que acompanhamos, nosso único desejo é que os cinco sejam felizes, independente de crenças ou ensinamentos.
E a forma como tudo se finaliza é tão dolorosa quanto. Nunca cogitei tal possibilidade e é o tipo de acontecimento que precisamos reler várias vezes para obrigar a mente a processar. Proibido é o típico livro que ainda ficará na sua cabeça muito tempo depois da leitura, pois você se verá dividido entre ser ou não errado o envolvimento de Maya e Lochan. É um choque de realidade e que nos faz ter ainda mais a certeza que a frase "Não podemos julgar o que somos não capazes de entender" é a mais pura verdade. Se tiver a chance de lê-lo, não perca. É uma experiência dolorosa, mas incomparável.
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