Autor: David Levithan
Editora: Galera Record
Páginas: 224
Classificação: 4.5/5 estrelas
Título Original: Two Boys Kissing
Do lado de fora da escola, ao ar livre, rodeados por câmeras e por uma multidão que, em parte apoia e em parte repudia o que estão fazendo, Craig e Harry estão tentando quebrar o recorde mundial do beijo mais longo. Craig e Harry não são mais um casal, mas já foram um dia. Peter e Neil são um casal. Seus beijos são diferentes.
Avery acaba de conhecer Ryan e precisa decidir sobre como contar para ele que é transexual, mas está com medo de não ser aceito depois disso. Cooper está sozinho. Passa suas noites em claro, no computador, criando vidas falsas online e seduzindo homens que jamais conhecerá na vida real. Mas quando seus pais descobrem seu passatempo proibido, o mundo dele desaba.
Cada um desses meninos tem uma situação diferente. Alguns contam com o apoio incondicional da família, outros não. Alguns sofrem com o bullying na escola, outros, com o coração partido. Mas bem no centro de todas essas histórias paralelas está o amor. E, através dele, a coragem para lutar por um mundo onde esse sentimento nunca seja sinônimo de tabu.
Resenha:
"Todas as vezes que dois garotos se beijam, o mundo se abre um pouco mais." - Pág. 73
Gostei bastante de Todo Dia e Naomi & Ely e a Lista do Não-Beijo, o que me motivou a ler outros livros do David Levithan. E Dois Garotos se Beijando sempre foi um que me chamou atenção pois achei engraçada a ideia de duas pessoas tentando quebrar um recorde de beijo com mais de 32 horas de duração.
O livro acompanha quatro histórias distintas e de todas, é realmente a do beijo que desperta mais interesse, pois Harry e Craig são os melhores personagens. A de Avery e Ryan também é envolvente, assim como a de Cooper - por mais que em alguns momentos tenha ficado com vontade de estapeá-lo. Apenas a de Peter e Neil não parece tão interessante inicialmente, mas é a que reserva uma das passagens mais dolorosas e reais do livro. Então, apesar da narração ser um pouco confusa no início, o que causa uma leitura arrastada mas que depois faz todo o sentido, você se envolve gradativamente com os garotos e torce para que todos consigam ser felizes no fim de tudo.
A escrita de David continua incrível como sempre, seja comovendo ou dando um soco doloroso de realidade. E são vários durante a história! Mesmo não fazendo parte do meio LGBT, foi uma leitura dolorosa, pois tenho amigos e vejo de perto toda a dificuldade e preconceito que eles sofrem simplesmente por serem quem são; e que todas essas situações vividas pelos personagens acontecem de verdade na nossa sociedade - e muitas vezes em um grau bem pior. Sem dúvidas, é um livro que deve ser lido, discutido em escolas e pelas pessoas em geral.
Felizmente, ganhei um sorteio que a Galera Record fez no Instagram com vários títulos em homenagem ao mês LGBT, onde vieram quatro livros do David - incluindo esse - e George, portanto pretendo ler os outros em breve.
PS: Essa capa brasileira é terrível! Apesar da polêmica que se deu lá fora pela original, a editora deveria tê-la mantido.
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