sábado, 16 de maio de 2015

[Resenha] Uma Longa Jornada - Nicholas Sparks

Autor: Nicholas Sparks
Editora: Arqueiro
Páginas: 368
Classificação: 4/5 estrelas
Título Original: The Longest Ride

Aos 91 anos, com problemas de saúde e sozinho no mundo, Ira Levinson sofre um terrível acidente de carro. Enquanto luta para se manter consciente, a imagem de Ruth, sua esposa que morreu há nove anos, surge diante dele. Mesmo sabendo que é impossível que ela esteja ali, Ira se agarra a isso e relembra momentos de sua longa vida em comum: o dia em que se conheceram, o casamento, os dias sombrios da Segunda Guerra e seus efeitos sobre eles e suas famílias. Perto dali, Sophia Danko, uma jovem estudante de história da arte, acompanha a melhor amiga até um rodeio. Lá é assediada pelo ex-namorado e acaba sendo salva por Luke Collins, o caubói que acabou de vencer a competição. Eles começam a conversar e logo percebem como é fácil estarem juntos. Luke é completamente diferente dos rapazes da faculdade. Não mede esforços para ajudar a mãe e salvar a fazenda da família. Aos poucos, Sophia começa a descobrir um novo mundo e percebe que Luke talvez tenha o poder de reescrever o futuro que ela havia planejado. Isso se o terrível segredo que ele guarda não puser tudo a perder. Ira e Ruth. Luke e Sophia. Dois casais de gerações diferentes que o destino cuidará de unir, mostrando que, para além do desespero, da dificuldade e da morte, a força do amor sempre nos guia nesta longa jornada que é a vida. 

Resenha:

Assim como todos os outros de Nicholas Sparks, eu só me interessei em ler esse livro por conta da adaptação cinematográfica que teria duas atrizes que eu acompanho no elenco. Mas diferente de todos os outros que li, esse eu consegui ler antes de assistir o filme. Eu até gostei da leitura, mas de todas que já fiz do autor, essa foi a que menos me prendeu. E a grande culpa disso foram as partes de Ira na história.

A história de Sophia e Luke é um clichê, mas é um clichê que você se pega passando as páginas e até gostando do que é apresentado. Porém, o livro insiste em sempre cortar a história dos dois para intercalá-la com a de Ira e Ruth, que eu achei muito chata. E se você for parar para contar, vai ver que os capítulos de Ira são extremamente longos comparados aos de Luke ou Sophia. Por mais que as duas histórias se conectem, continuei achando a trama do casal desnecessária. Inclusive, essa conexão entre as duas histórias é bem feita. A conclusão parece caminhar para um caminho clichê, mas uma reviravolta acontece e ela termina de outro jeito - que também foi clichê, admito, mas esse clichê foi bem mais interessante de ver do que o primeiro que prevemos.

Agora falando dos personagens em si, gostei bastante de Sophia e de Luke, por mais que em certo momento, a primeira tenha me chateado com certa hipocrisia. Sua melhor amiga começa a sair com o seu ex e ela solta um "ah, é porque ele é charmoso", mesmo depois de todas as traições que ele fez com ela antes dessa. E depois faz uma cena por não aceitar a decisão de Luke de continuar nos rodeios para ajudar sua mãe, como se não fosse tonta ao ponto de perdoar a amiga por traí-la dessa forma. Não existe isso de ser charmoso, Marcia ficou com Brian porque quis e pouco se importou com a amiga.

Já Luke foi um bom personagem. Foi o típico "ser imperfeito, mas que é um anjo" que o Nicholas sempre cria, mas não foi irritante. Marcia, apesar de tudo, também não foi um desperdício - por mais que eu tenha ficado com a sensação de que o envolvimento dela com Brian começou bem antes do que foi mostrado. Inclusive, vale mencionar o quanto o elenco foi bem escalado. Britt Robertson, Scott Eastwood e Melissa Benoist têm todas as características físicas que Sophia, Luke e Marcia apresentam nos livros, principalmente Britt. É possível até dizer que o Nicholas escreveu Sophia pensando na atriz, porque quem conhece o trabalho dela vê o quanto Sophia é parecida com ela.

No geral, a história foi boa, eu realmente só achei desnecessário esse foco enorme na trama de Ruth e Ira. Se você gosta dos livros do autor ou de romances clichês, Uma Longa Jornada pode ser bom. Mas se não, é melhor pensar bastante antes de arriscar.

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