Autora: Angie Thomas
Editora: Galera Record
Páginas: 378
Classificação: 4/5 estrelas
Título Original: The Hate U Give
Starr aprendeu com os pais, ainda muito nova, como uma pessoa negra deve se comportar na frente de um policial: Não faça movimentos bruscos. Deixe sempre as mãos à mostra. Só fale quando te perguntarem algo. Seja obediente.
Quando ela e seu amigo, Khalil, são parados por uma viatura, tudo o que Starr espera é que Khalil também conheça essas regras. Um movimento errado, uma suposição e os tiros disparam. De repente o amigo de infância da garota está no chão, coberto de sangue. Morto.
Em luto, indignada com a injustiça tão explícita que presenciou e vivendo em duas realidades tão distintas (durante o dia, estuda numa escola cara, com colegas brancos e muito ricos - no fim da aula, volta para seu bairro, periférico e negro, um gueto dominado pelas gangues e oprimido pela polícia), Starr precisa descobrir a sua voz. Precisa decidir o que fazer com o triste poder que recebeu ao ser a única testemunha de um crime que pode ter um desfecho tão injusto como seu início.
Acima de tudo Starr precisa fazer a coisa certa.
Resenha:
T.H.U.G.
Desde que foi lançado no Brasil, sempre ouvi comentários extremamente positivos para O Ódio Que Você Semeia. Além disso, a confirmação da adaptação cinematográfica com dois atores que eu gosto do trabalho - Amandla Stenberg e KJ Apa - só me motivou mais; então iniciei a leitura agora, que o filme está próximo.
Gostei bastante dos personagens, mas apesar de entender sua situação - e provavelmente repetir algumas de suas atitudes -, Starr me irritou em alguns momentos, assim como as de Maverick. Entendo que ele quer proteger seus filhos, ainda mais depois de seu passado, mas achei suas crises e birras para com Carlos e Chris exageradas em várias situações. Lisa, Seven e Sekani, por outro lado, me conquistaram e dei muitas risadas - além de aprendizados - com eles. Carlos e Chris também foram necessários e interessantes, assim como Maya e Hailey. Na verdade, esse é um dos casos onde nenhum personagem é desnecessário e todos têm sua função ou momento, sendo "bonzinhos" ou não.
Angie consegue nos envolver na história e querer justiça por Khalil, principalmente por sabemos que casos como esse são mais do que recorrentes. E a conclusão, idem; real e que qualquer pessoa já deve ter visto em algum lugar. Mas além disso, outras tramas são tratadas e em diversos momentos, a autora nos mostra que toda história tem dois lados. Até mesmo com os personagens bons, que se provam humanos, pois também já erraram ou tiveram atitudes preconceituosas - seja racial, por classe ou outro motivo - em algum momento, mesmo que sem intenção.
Demorei um pouco mais do que achava que ia para finalizar a leitura por possuir alguns momentos que parecem desnecessários - mas não são, acreditem! -, mas, no geral, gostei bastante do livro e estou curioso para ver como o filme ficou. A crítica está elogiando-o bastante, então espero que honre a história. Realmente é um livro forte, necessário e esclarecedor, e você não vai se arrepender se der uma chance.
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