sábado, 14 de julho de 2018

[Crítica] Todo Dia

Direção: Michael Sucsy
Roteiro: Jesse Andrews
Ano: 2018
Duração: 95 minutos
Título Original: Every Day
Classificação: 4/5 estrelas

'Todo Dia' conta a história de Rhiannon, uma garota de 16 anos que se apaixona por uma alma misteriosa chamada "A" que habita um corpo diferente todos os dias.

Sentindo uma conexão incomparável, Rhiannon e A trabalham todos os dias para encontrar um ao outro, sem saber o que ou quem o próximo dia irá reservar. Quanto mais os dois se apaixonam, mais as realidades de amar alguém que é uma pessoa diferente a cada 24 horas afeta eles, levando o casal a enfrentar a decisão mais difícil que eles já tiveram que tomar.

Nota: Para ler a resenha do livro, clique aqui.

Crítica:

Todo dia um corpo diferente. Todo dia uma vida diferente. Todo dia apaixonado pela mesma garota.

Todo Dia foi um livro que gostei bastante por sua mensagem e interessante premissa - de um ser habitar diariamente um novo corpo -, então quando soube que ele seria adaptado, fiquei feliz mas ao mesmo tempo , afinal são inúmeras adaptações que acabam dando errado, ainda mais uma que precisava passar tanto sentimento. Será que isso aconteceu dessa vez?

O maior ponto positivo do filme é a atuação do elenco. Angourie Rice entrega uma boa Rhiannon - apesar de imagina-la um pouco mais rebelde quando li o livro - e é fácil simpatizar e torcer pela personagem, mas os atores que interpretam A merecem elogios: mesmo sendo muitos, todos conseguem passar a mesma essência do personagem, como se fossem realmente a mesma pessoa; com destaque para Justice Smith, que além de A, vive Justin, e Owen Teague, que tem uma ótima química com Angourie. Quando os minutos finais se aproximam, já estamos torcendo, como no livro, para que o casal consiga um final feliz.


A fotografia também está excelente, com cenas claras e frias, um tom que combina muito com a história. Houveram também poucas mudanças em relação à obra original - mas até interessantes, como o uso do Instagram - e existem várias sequências iguais as do livro. Entretanto, o ritmo do roteiro é um pouco problemático. A tentativa de fazer algo mais poético deixa algumas cenas quase arrastadas e superficiais, comprometendo o conjunto. Quem leu o livro pode até perdoar esse deslize - já que o livro tem um estilo parecido -, mas para o novo público talvez o deixe enfadonho. Os problemas familiares de Rhiannon introduzidos no início também são esquecidos pelo roteiro com o passar do tempo, deixando essa parte da história rasa; assim como o plot de ser "possuído pelo diabo" que um dos personagens alega posteriormente e presente no livro. É algo abordado as pressas e esquecido em seguida.

No geral, apesar de alguns deslizes, Todo Dia consegue ser uma boa adaptação e transmitir a mensagem e essência do livro de David Levithan. Quem gostou do livro dificilmente irá se desapontar com o filme, então vale a pena conferi-lo.

Trailer: 

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