Autora: Andrew Smith
Editora: Gutenberg
Páginas: 304
Classificação: 3.5/5 estrelas
Título Original: Stick
Stark McClellan tem 13 anos. Por ser muito alto e magro, tem o apelido de Palito, mas sofre bullying mesmo porque é “deformado”, já que nasceu apenas com uma orelha. Seu irmão mais velho, Bosten, o defende em qualquer situação, porém ambos não conseguem se proteger de seus pais abusivos, que os castigam violentamente quase todos os dias.
Ao enfrentar as dificuldades da adolescência estando em um lar hostil e sem afeto – com o agravante de se achar uma aberração –, o garoto tem na amizade e no apoio do irmão sua referência de amor, e é com ela que ambos sobrevivem.
Um dia, porém, um episódio faz azedar terrivelmente a relação entre Bosten e o pai. Para fugir de sua ira, o rapaz se vê obrigado a ir embora de casa, e desaparece no mundo. Palito precisa encontrá-lo, ou nunca se sentirá completo novamente. A busca se transforma em um ritual de passagem rumo ao amadurecimento, no qual ele conhece gente má, mas também pessoas boas. Com um texto emocionante, personagens tocantes e situações realistas, não há como não se identificar e se envolver com este poético livro.
Resenha:
"Acho que, às vezes, coisas que parecem muito importantes tomam outro aspecto quando a gente se vira e olha de novo alguns quilômetros adiante." (pág. 230)
Há muito tempo queria ler Minha Metade Silenciosa, devido aos comentários positivos que ouvia sobre a história. Infelizmente, a leitura não foi tão perfeita como imaginei que seria.
Sobre os personagens, Bosten foi meu favorito. Já havia desconfiado da reviravolta que o envolve, então não foi surpresa quando isso se confirmou. Stark, apesar disso, também é bem desenvolvido e importante; seus sentimentos e ações são críveis de um adolescente de 13 anos - como o fato de se excitar com determinadas coisas, o que é extremamente normal nessa idade. É impossível não torcer por esses irmãos diante de tudo que eles sofrem em casa e na escola. A relação dos dois foi muito bem construída por Andrew e o amor que um nutre pelo outro é sentido. Dahlia, a tia dos meninos, também nos conquista e seus sentimentos pelos sobrinhos também é palpável.
Apesar disso, a história sofre uma queda quando a segunda parte se inicia. A impressão é de que Andrew não conseguiu sustentar a trama sem Bosten em foco e, mesmo torcendo para que Stark saísse sã e salvo da viagem em busca do irmão, não me envolvi tanto com seus problemas na estrada. Também achei o final bem corrido - Andrew podia ter revelado o que houve com certo personagem -, mas felizmente não foi triste como achei que seria quando Stark descobre a real situação de Bosten.
Mesmo não tendo sido uma experiência totalmente positiva, acredito que vale a pena dar uma chance à história, principalmente pela lição que ela passa ao leitor. E parabéns a Gutenberg pelo ótimo trabalho feito na edição. Tenho certeza que a orelha traseira faltando pegou muita gente de surpresa (inclusive eu), mas logo depois faz todo o sentido para a história.
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