Editora: Todavia
Páginas: 264
Classificação: 4,5/5 estrelas
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Nas profundezas do sertão baiano, as irmãs Bibiana e Belonísia encontram uma velha e misteriosa faca na mala guardada sob a cama da avó. Ocorre então um acidente. E para sempre suas vidas estarão ligadas, a ponto de uma precisar ser a voz da outra.
Numa trama conduzida com maestria e com uma prosa melodiosa, o romance conta uma história de vida e morte, de combate e redenção. Um texto épico e lírico, realista e mágico que revela, para além de sua trama, um poderoso elemento de insubordinação social.
Resenha:
"— No meu peito mora Água Negra, não no documento da fazenda da senhora e de seu marido. Vocês podem até me arrancar dela como uma erva ruim, mas não irão arrancar a terra de mim."
Fui conquistado por Torto Arado desde a primeira frase, literalmente. É um livro que já começa com uma impactante cena, e aos poucos nos apresenta a vida de Belonisia - minha favorita - e Bibiana. A construção em torno da relação das irmãs (e das duas individualmente) é palpável, assim como as com os demais personagens.
E por mais que seja curto, Torto Arado é um livro cru e denso. Por isso, é normal demorar a lê-lo, porque são muitos momentos pesados e é impossível não se sentir mal pelos personagens. Em especial porque sabemos que diversas pessoas passaram e passam pelo mesmo na vida real. Itamar Vieira Junior os tratou com respeito e verdade.
O único ponto negativo foi a terceira narração. Não consegui me apegar tanto a ela quanto a das irmãs - mesmo que aconteçam diversas sequências mais caóticas justamente nessa parte. Mas isso não tira o brilho de Torto Arado e de quanto a história é forte, necessária e merece ser lida.
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