quinta-feira, 10 de maio de 2018

[Resenha] O Doador de Memórias - Lois Lowry

Autora: Lois Lowry
Editora: Arqueiro
Páginas: 192
Classificação: 4/5 estrelas
Título Original: The Giver
Compre: Amazon Brasil

Em O Doador de Memórias, Lois Lowry constrói um mundo aparentemente ideal onde não existem dor, desigualdade, guerra nem qualquer tipo de conflito. Por outro lado, também não há amor, desejo ou alegria genuína.

Os habitantes de uma pequena comunidade, satisfeitos com a vida ordenada, pacata e estável que levam, conhecem apenas o presente o passado e todas as lembranças do antigo mundo lhes foram apagados da mente. 

Um único indivíduo é encarregado de ser o guardião dessas memórias, com o objetivo de proteger o povo do sofrimento e, ao mesmo tempo, ter a sabedoria necessária para orientar os dirigentes da sociedade em momentos difíceis. 

Aos 12 anos, idade em que toda criança é designada à profissão que irá seguir, Jonas recebe a honra de se tornar o próximo guardião. Ele é avisado de que precisará passar por um treinamento difícil, que exigirá coragem, disciplina e muita força, mas não faz ideia de que seu mundo nunca mais será o mesmo. Orientado pelo velho Doador, Jonas descobre pouco a pouco o universo extraordinário que lhe fora roubado. Como uma névoa que vai se dissipando, a terrível realidade por trás daquela utopia começa a se revelar.

Resenha:

Quando não há memórias, a liberdade é apenas uma ilusão.

Sempre tive bastante curiosidade sobre O Doador de Memórias, pois além de ser uma distopia, a adaptação é protagonizada por Brenton Thwaites, um ator que gosto bastante; porém, demorei bastante para lê-lo e ver o filme (lançado em 2014), pois só queria conferi-lo após a leitura. E felizmente, gostei bastante!

Os personagens são bem construídos, principalmente Jonas e Doador, os principais. A relação que os dois criam é muito bonita e nos importamos e torcemos por ambos, assim como Gabriel. Jonas consegue segurar bem a história e sentimos tudo o que ele sente, seja medo, apreensão, revolta, enfim. Os outros personagens também são importantes, pois é por meio deles que sentimos o quão a população é fria devido o controlamento que sofre das autoridades, sem saber. Há ainda uma bela reviravolta envolvendo o passado de Rosemary, que me surpreendeu bastante, pois não cogitei a possibilidade.

E o mundo criado por Lois Lowry também é de fácil entendimento e imersão, sua narrativa é fluída e simples. É um livro curto - apenas 192 páginas -, então não possui tanto ação como as distopias atuais, mas se considerarmos que ele foi escrito em 1993, a história surpreende e muito, além de conseguir nos prender na narrativa e despertar a curiosidade de descobrir o que acontecerá.

Talvez por isso, o final seja um pouco decepcionante, pois poderia ter cedido mais respostas, já que os próximos volumes são histórias independentes, com outros protagonistas. Entretanto, a adaptação foi muito bem feita e além de poucas mudanças, e seu final foi melhor executado, o que a fez ganhar mais pontos. Pena que, ao que tudo indica, a Editora Arqueiro desistiu da série e o último livro não será lançado. Mas esse primeiro vale muito a pena.

PS (Comentário à parte e que pode ser spoiler para quem não leu, então só recomendo caso já a tenha feito): Pesquisando sobre os livros seguintes, descobri que o destino de Jonas e Gabriel é revelado no segundo e terceiro livro, assim como a autora revelou em convenções que ambos estão vivos, então tenho curiosidade para lê-los.

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