quarta-feira, 5 de julho de 2017

[Resenha] Muito Amor, Por Favor - Arthur Aguiar, Frederico Elboni, Ique Carvalho e Matheus Rocha

Autores: Arthur Aguiar, Frederico Elboni, Ique Carvalho e Matheus Rocha
Editora: Sextante
Páginas: 240
Classificação: 3.5/5 estrelas
Título Original: Muito Amor, Por Favor

Este livro reúne textos que mostram o amor do ponto de vista de quatro jovens que escrevem sobre relacionamentos legítimos e atuais, que souberam se reinventar. Sem medo de expressar seus sentimentos, deixam para trás estereótipos já obsoletos – como o controlador machista ou o piegas choroso – e falam sobre viver a dois e sobre a natureza das relações em todos os seus aspectos. 

Assim, cada autor reflete sobre o amor representado por um elemento: Arthur Aguiar escreve que “O amor é água”, dizendo que ele é fluido, mas por vezes gelado; ora tempestade, ora profundo. Fred Elboni explica que “O amor é ar”, mostrando a leveza de se amar sem sofrer, da brisa que envolve os apaixonados, mas que por vezes torna-se furacão. 

Ique Carvalho se debruça sobre quando “O amor é fogo”, que arde, aquece a alma, mas que também pode incendiar até doer. E Matheus Rocha conta que “O amor é terra”, estável, tranquilo, mas que não escapa dos terremotos da vida, que tiram tudo do lugar para que a rotina não o extermine. Um livro apaixonante, para quem ama e para quem quer amar um dia... e sempre. 

Resenha:

Um sentimento em quatro elementos.

Por ser fã do Arthur Aguiar, fiquei ansioso para ler Muito Amor, Por Favor desde quando ele foi anunciado e ver como o Arthur se sairia, afinal este é seu primeiro livro. Além dele, também tinha curiosidade sobre Ique Carvalho e Frederico Elboni pois, mesmo nunca tendo lido nada dos dois, tenho curiosidade e sempre ouço ótimos comentários sobre Faça Amor, Não Faça Jogo e Um Sorriso ou Dois, respectivamente.

Primeiro temos o elemento Fogo, com os textos de Ique, que foram meus favoritos. O autor divide seus textos entre romances e a relação com o pai, e por serem em forma de poesia, são os mais rimados. Apesar de serem nos de romance que sentimentos o verdadeiro calor do fogo, os textos sobre seu pai também são cativantes e prendem nossa atenção - talvez mais do que os de romance, pois sentimos a verdade nas palavras e no laço que os uniu. Meus favoritos foram A faísca, Só cinzas e A tocha que guia você.

O segundo elemento é Terra, por Matheus Rocha. Foi a parte que eu menos gostei e não me conectei com quase nenhuma história, pois não sentia que elas fluíam. Os contos de Matheus nos passam a sensação de desabafo e são os que mais possuem carga densa, por serem mais "pé no chão", lembrando realmente o elemento. Destaco Terremoto e Logout de você.

Em seguida, temos Água, por Arthur, e os que mais gostei após os de Ique. Além de ser os contos que mais possuem diálogos, lembrando à livros convencionais; são os com a linguagem mais jovem. A escrita do Arthur é fluída e os textos nos prendem desde o primeiro, pois são bem variados: alguns são românticos ao extremo, enquanto outros são mais "soltos". Mergulho na loucura do acaso, Lavando a consciência e Amor que seca lágrimas foram meus favoritos.

Por fim, temos Ar, por Frederico. Foram o que mais me deixaram no meio-termo, pois gostei de alguns, mas outros não me tocaram tanto e os achei rasos. Mas no quesito ao tema do livro, são os dele que mais possuem a presença do elemento, desde o título até as histórias. Os melhores foram Solidão que inspira, Como pipa a gente se foi e Leveza.

No geral, gostei do livro e destaco a parte de Ique e Arthur. Infelizmente, os textos de Frederico e Matheus não me conquistaram da mesma forma, mas ainda assim podem agradar outras pessoas, por isso, recomendo o livro. São poemas, crônicas, textos e histórias rápidas, por isso podem ser lidos em épocas corridas, que não podemos nos dedicar à um livro mais denso ou para sair de uma ressaca literária, por exemplo. E se você gosta de romance, é óbvio que o livro é mais do que uma boa escolha!

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