segunda-feira, 15 de agosto de 2016

[Resenha] Perfeitos - Scott Westerfeld

Autor: Scott Westerfeld
Editora: Galera Record
Páginas: 382
Classificação: 3.5/5 estrelas
Título Original: Pretties

Tally finalmente é perfeita. Agora seu rosto está lindo, as roupas são maravilhosas e ela é muito popular. Mas por trás de tanta diversão – festas que nunca terminam, luxo e tecnologia, e muita liberdade – há uma incômoda sensação de que algo importante está errado.

Então Tally recebe uma mensagem, vinda do seu passado, que a faz se lembrar qual é o problema na sua vida perfeita. Agora ela precisará esquecer o que sabe ou lutar para sobreviver – as autoridades não pretendem deixar que alguém espalhe esse tipo de informação.

Resenha:

O que acontece quando ser perfeito não basta?

Feios não foi lá uma leitura muito feliz, mas ainda assim queria saber como a série continuava porque além da ideia extremamente criativa, Scott Westerfeld fez um final matador para o livro. Mas devido a decepção com o primeiro, adiei e muito a leitura de Perfeitos. Agora, após finalizá-lo, posso dizer que a série conseguiu crescer, mas ainda precisa - e muito! - melhorar em vários aspectos.

Assim como Feios, Perfeitos começa arrastado. Poucas passagens entre as 200 primeiras páginas realmente conseguiram me prender e várias cenas poderiam ter sido cortadas sem perder o sentido da trama. Para piorar, o autor usa e abusa da palavra borbulhante. É compreensível tanta repetição após a explicação, mas não deixa de incomodar. E mesmo a história tomando fôlego a partir da metade, as melhores páginas são as finais. A mente dos perfeitos também é bastante confusa no começo, pois não temos certeza se eles são ou não manipulados, mas Scott consegue explicar isso mais tarde. Mas um ponto positivo é a nova visão que temos da Nova Perfeição. Era óbvio que eles não era bonzinhos como tentavam aparentar, mas agora temos a chance de ver a manipulação em prática.

Por outro lado, os personagens do primeiro livro cresceram bastante. Começando, claro, por Tally. A menina rasa e sem opinião própria de outrora é totalmente extinta e - apesar de na primeira parte ainda continuar meio perdida - Tally, enfim, se mostra uma personagem digna de um mundo distópico, que vai contra tudo e todos pelo que acha certo. Zane, mesmo com uma personalidade diferente, ás vezes me lembrava David; mas ainda assim gostei dele. O romance entre Tally e ele foi meio termo, ás vezes parecia real; outras, superficial. David também foi um grata surpresa, já que não havia gostado dele antes. Aqui, porém, senti empatia e cheguei até a torcer por ele. Mas de todos, a que mais choca é Shay. Ela muda completamente e uma determinada cena na floresta conseguiu me passar toda a tensão e medo que Tally sentiu. Scott também pareceu ler minha mente pois senti falta da tal amizade de Tally e Peris - afinal, tudo que o que ela queria no começo era encontrá-lo em Nova Perfeição -, e recebemos uma cena memorável, que me fez gostar ainda mais de Tally.

O final, óbvio, vem carregado de respostas e ganchos para o terceiro e último livro que segue Tally, Especiais - o quarto, Extras, segue novos personagens. No geral, esse livro se saiu um pouco melhor que Feios mas como eu disse, ainda precisa melhorar. Espero que o próximo - que não lerei agora, pelo menos - feche a primeira parte da série com um saldo positivo.

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