Autora: Elizabeth Eulberg
Editora: Intrínseca
Páginas: 302
Classificação: 4/5 estrelas
Título Original: The Lonely Hearts Club
Penny Lane Bloom cansou de tentar, cansou de ser magoada e decidiu: homens são o inimigo. Exceto os únicos quatro caras que nunca decepcionaram uma garota — John, Paul, George e Ringo. E foi justamente nos Beatles que ela encontrou uma resposta à altura de sua indignação: Penny é fundadora e única afiliada do Lonely Hearts Club — o lugar certo para a mulher que não precisa de namorados idiotas.
O clube, é claro, vira o centro das atenções na escola McKinley. Penny, ao que tudo indica, não é a única aluna farta de ver as amigas mudarem completamente (quase sempre, para pior) só para agradar aos namorados, e de constatar que eles, na verdade, não estão nem aí para elas. Agora, todas querem fazer parte do clube, e Penny é idolatrada por dezenas de meninas que não querem enxergar um namorado nem a quilômetros de distância. Jamais. Seja quem for. Mas será realmente que nenhum carinha vale a pena?
Resenha:
Porque ninguém precisa de um namorado para ser feliz.
Eu adiei muito a leitura desse livro porque a sinopse e a capa gritavam que ele era um caso grave de feminismo e bem clichê. E como eu o ganhei, não sofria da pressão "tenho que ler porque comprei". Mas com o fim de A Mediadora, precisava ler algo sem maiores pretensões antes de embarcar na nova trilogia de Diários do Vampiro, e como ele era o único livro não lido que se encaixava nisso, resolvi arriscar.
A história de Lonely Hearts Club é de fato bem clichê. Existem milhões de livros e filmes com a mesma temática e é possível saber o que vai acontecer na cena seguinte porque já vimos isso em outra obra. Mas é uma repetição que consegue prender o leitor. E isso é, sem dúvidas, uma qualidade para o livro porque ele é claramente voltado para o público feminino por volta dos 12/15 anos, ou seja, não se encaixa nada comigo - menino e com dezoito anos.
Provavelmente meninas que já passaram por essa fase se identificaram com Penny no primeiro instante, mas eu a achei bem infantilizada. Até entendo o que ela sofreu porque quem não sofreu uma desilusão amorosa que atire a primeira pedra, mas algo nela não me descia. E esse sentimento só mudou com o passar dos capítulos e aos poucos fui gostando dela - e achando até semelhanças em comum. Mesmo assim ela me irritou em alguns momentos perto do fim, mas relevei porque, né...
Como eu já disse, a história é clichê, então o que prende o leitor são os personagens. E Elizabeth conseguiu fugir dos esterótipos usando o famoso "nem todo mundo é como julgamos ser". Mas a principal personagem que usa esse conceito é Diane. Após Penny, ela é a personagem mais desenvolvida e até metade do livro eu ainda desconfiava se suas intenções eram realmente boas ou não. Além das duas, também gostei muito de Ryan. Aliás foi com ele que tive uma identificação imediata, apesar da história ser contada ao ponto de vista de Penny. Já os demais personagens não recebem tanto destaque, mas também não fazem feio quando aparecem.
O final, claro, segue o fator clichê e encerra tudo de forma previsível. Mas era impossível um livro infanto-juvenil não terminar assim. Enfim, se você quiser um livro só para passar o tempo e sem maiores pretensões. E lembre-se: se você é menino e/ou já passou dessa idade, abra a mente e tente relevar afinal o livro não tenta enganar o leitor, ele realmente mostra que é um chick-it, então você não vai estar sendo enganado!
PS: A história também tem várias menções aos Beatles, desde a capa e o nome da protagonista, Penny Lane (nome de uma música deles). Eu não conheço tantas músicas assim deles e nunca me importei em ouvir mais pelas que eu já ouvi (falta de cultura minha, eu sei), então esse ponto não favoreceu e nem diminuiu a história. Mas se você é fã da banda, isso é mais um ponto a considerar a favor da leitura.
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